RECOMEÇOS – ENCONTRANDO UM NOVO CAMINHO

Esses dias eu dei a minha primeira aula. Assim que entrei na Univates, as pessoas começaram a me chamar de Profe. Foi revelador.

Sempre fui a pessoa que dava treinamento nas empresas em que trabalhei, gostava de falar em público, dava palestras. Não teve empresa pela qual tenha passado em que eu não tenha dado muito treinamento – ou pensando que parte do processo da mudança que eu precisava ver passava pela educação. Contudo, nunca havia ensinado como profissão.

Quando fiquei desempregada, livre dos trilhos que parecem te dizer onde você vai – vista-se assim, comporte-se assim, não fale tão alto, defenda a empresa, defenda sua equipe, seja amiga da equipe, mantenha distância da equipe, trabalhe depois das 6, não peça férias, não chore para baixo – a multidão real de possibilidades da vida me assustou.

Fazia tempo que eu não me via com tanto tempo, saúde e dinheiro na mão. Principalmente, fazia tempo em que eu não tinha tanta paz na mão para olhar o futuro e saber o que trilhar daqui para frente.

Na verdade, não sei se um dia eu tive a combinação paz, tempo, saúde e dinheiro na mão para pensar.

Ao contrário de muita gente, que começa a soltar currículos no mercado, ativar todos os contatos do Linkedin, põe lá que está à procura de recolocação, eu fiquei parada.

Bem, isso não é bem verdade.

Eu fiquei parada profissionalmente. Viajei bastante nestes últimos meses. Neste exato momento, estou sentada no avião – sem medo! – voltando da minha aula no Rio Grande do Sul.

barra camacho laguna pescador rede jogando
“Joga bonito que vai sair na Caras!”

Viajei e escrevi. Escrevi sobre as coisas que me incomodavam na indústria. Escrevi sobre a cultura corporativa que não me fascina mais. Escrevi sobre a normatização que a sociedade brasileira – em sua maioria, conservadora – impõe. Escrevi sobre olhar para dentro de si, encontrar a sua trilha, e deixar o mundo imposto para trás.

Não tem livro onde a sua vida esteja prevista. Mesmo quem acredita na Bíblia, acredita também no livre-arbítrio.

Fazia tempo em que eu não parava para contemplar a minha vida. Talvez eu devesse ter começado a meditar anos atrás. Trabalhei anos ao lado de um dos maiores templos budistas do Brasil, quantas vezes fui até lá? Talvez duas.

A coisa é que escrever é a minha meditação. Sempre fui a aluna que escrevia durante a aula, porque ao escrever, lia e gravava instantaneamente o que havia estudado.

Tenho boa memória para letras de músicas e para coisas que eu li.

Estes últimos meses eu escrevi. Escrevi crônicas, pequenas piadas, escrevi relatos de viagem, escrevi as últimas páginas de romances. Escrevi o que sou, o que eu penso, e o que eu sonho também.

No caminho, duas queridas amigas, por incentivo e um pouco de cobrança, escreveram comigo. Seus posts foram recordes de público.

Nestes últimos meses, também, eu vi. Vi gente de todos os tipos vir conversar comigo. Vi gente empregada desiludida com empregos sem graça, sem fagulhas, sem desafios. Vi gente entusiasmada com suas empresas, gente que trabalha há anos no mesmo lugar e quer continuar lá, porque se sente bem, porque quer ver a empresa crescer. Porque se sente parte daquilo. Vi gente desempregada de joelhos, pedindo por favor me dá um emprego. Vi gente que chutou o pau da barraca e não quer mais esta vida. Vi gente que quer só um pouquinho dessa vida, mas não tudo. Que quer manter a sua paz interior, e não se submeter a todas as vontades que a sociedade lhe impõe.

No meio de tudo isso que escrevia, de tudo isso que via, começou a se moldar dentro de mim o caminho que eu quero abrir daqui para frente.

Eu quero trabalhar com educação. Educação profissional, que sirva para promover mudanças no mundo. Que sirva para as empresas serem eficientes e não consumam tanto o tempo dos seus funcionários.

Educação profissional, que sirva para transformar. Que leve a pessoa do patamar onde ela está a um novo. Que eu possa compartilhar um pouquinho do que eu vi na vida até hoje com quem viu coisas diferentes.

Educação de adultos, que abra seus horizontes. Que mostre que, independentemente de onde tenha nascido, ou que trilho tenha trilhado até o momento, tudo é possível. Sim, tudo é possível – só basta descobrir o que é o seu tudo.

Tudo para mim não é tudo para você.

Este é o meu caminho, mas tenho impressão de que mais gente vem comigo. Quando falo sobre os meus sonhos, gente ao meu redor diz: eu gosto disso. Todos vocês, sabem quem são, estão convidados para a Revolução.

Heros-Journey
As etapas da Jornada do Herói, conforme Campbell

Há um começo aqui na minha frente que me parece desafiador o suficiente. Empolgante o suficiente. Um começo em que há possibilidade de sucesso. Um começo que não é apenas inicial, mas é meio e fim também.

Dei os primeiros passos para fora da caverna, ou na direção do meu próprio mito, como dizia Joseph Campbell. Descobri que há vida do lado de cá. Que os caminhos são múltiplos e todas as portas estão abertas a sua frente. Basta se arriscar um pouco, basta dar tempo ao tempo. Basta ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Descobri que quando pedimos, o mundo responde. Se dizemos claramente o que queremos, se sabemos o que queremos, o mundo responde destruindo os limites internos, que antes você nem imaginava existirem.

Descobri que há beleza na construção de uma vida. Que ela pode ser luxuosa, exótica, normal, simples.

Ela só precisa ser 100% sua.

Descobri, nesses últimos 4 meses, que o brilho da mente humana está justamente na ausência de limites.

Descobri que, com um pouco de vontade e perseverança, eu posso tudo

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