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QUEM SE IMPORTA SE VOCÊ FOI DEMITIDO?

Eu fui demitido. Esta parece ser a grande barreira intransponível, a grande pedra no meio do caminho. Entre os empregados, aparentemente nunca, nenhum, esteve desempregado. Entre os desempregados, todos pediram as contas. O mais próximo que chegamos de colocar os pingos nestes “is” é dizer: estavam fazendo cortes. Vivemos numa realidade tão distorcida, num tal mundo de aparências, virtualidades e irrealidades, que nem vemos mais … Continuar lendo QUEM SE IMPORTA SE VOCÊ FOI DEMITIDO?

COMO REALMENTE CONHECER HANÓI – E SE APAIXONAR

Como você conhece uma cidade? Você a encaixa no seu roteiro de viagem? Você lê a respeito da sua história? Você visita seus museus? Vive nela por um tempo? Busca os livros que se passam por lá? Assiste aos filmes gravados ali? É, pode-se conhecer uma cidade assim. Porém sairemos dela com uma imagem de turistas. Apenas passamos brevemente sobre ela – mesmo quem decide … Continuar lendo COMO REALMENTE CONHECER HANÓI – E SE APAIXONAR

A CIDADE IDEAL – ou, O MELHOR LUGAR PARA VIVER

Minha cidade ideal tem uns 300 mil habitantes. Gosto desta coisa de ser anônima, poder andar na rua com cabelo verde que ninguém dá bola. Gosto de poder comer sentada na praça sem que me amolem os que acham tudo estranho. Com uns 300 mil habitantes, num dia de chuva, tomo banho alegre caminhando para casa, sem despertar curiosidades ou virar relato do noticiário informal. … Continuar lendo A CIDADE IDEAL – ou, O MELHOR LUGAR PARA VIVER

POR QUE VIAJAR? – ou PORQUE ESTAMOS INDO PARA A ÁSIA EM FAMÍLIA

“Em casa, nós perdemos a capacidade de ver o que está à nossa frente. Viajar nos chacoalha da nossa apatia, e nós recuperamos uma atenção que eleva cada experiência”. John W Gardner   Algum tempo atrás, participando de um processo seletivo de trainees de uma grande multinacional, pediram que todos relatassem sua vida através de um cartaz. Mulher da escrita, o máximo que consegui fazer … Continuar lendo POR QUE VIAJAR? – ou PORQUE ESTAMOS INDO PARA A ÁSIA EM FAMÍLIA

Café com Bach: Por onde começo?

Outro dia fui ao museu com minha sobrinha. Ela nunca tinha ido a um museu. Havia uma exposição dos artistas (avô e neto) Manabu e Dan Mabe, e ficamos brincando de adivinhar o que os pintores quiseram dizer com cada quadro. Às vezes era fácil, às vezes mais difícil e era preciso olhar bem. Nem sempre acertávamos, claro, mas nos divertimos muito. Pensando bem, essa … Continuar lendo Café com Bach: Por onde começo?

Arco-íris duplo, na altura de Canguçu, RS

FUI DEMITIDA – E FOI UM DOS MELHORES DIAS DA MINHA VIDA

Eu percebi que, conforme eu compartilho com as pessoas ao que redor o que estamos fazendo e planejando, imediatamente as pessoas assumem que eu pedi demissão. É tal a cultura local, que não posso estar vivendo um período criativo, empolgante, cheio de possibilidades, sem que eu tenha pedido demissão. Às vezes eu deixo a pessoa seguir pensando o que ela quer – afinal, isso demonstra … Continuar lendo FUI DEMITIDA – E FOI UM DOS MELHORES DIAS DA MINHA VIDA

O QUE FALTA NO BRASIL ALÉM DE FISCALIZAÇÃO

Em certa empresa na qual trabalhei, havia um caminho longo entre a portaria e o estacionamento. Admitia-se que os funcionários adentrassem com seus carros, e havia placas claras sinalizando a velocidade máxima permitida: 20 km/h. As placas estavam lá quando entrei e continuavam lá quando fui embora.

Quase ninguém respeitava: auxiliares, líderes, supervisores, coordenadores, gerentes avançavam como se desrespeitar aquele limite nos seus 20 m causasse alguma diferença no tempo que levariam para chegar a seus destinos. Muitas vezes tido como aquele a dar o exemplo, o próprio diretor era um dos mais velozes.

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Encontrando a beleza dentro do agreste – ou, O que você precisa para se localizar

Só quem se mudou 11 vezes vai entender o que eu digo: é difícil sentir-se parte. Quando você chega numa cidade nova, tudo é estrangeiro (não você, você é local). O resto todo, os semáforos, as árvores, a cor das paredes, a temperatura da cerveja, quantas vezes se brinda: tudo é estrangeiro.

O maior gasto de energia de um local em uma cidade estrangeira é em localizar-se. Morando, não viajando, o local precisa localizar-se o mais rápido possível, sob pena de passar a ser um estrangeiro em breve. Após 11 mudanças, sabemos como localizar-nos, mas às vezes, simplesmente, as coisas não vão como os nossos planos.

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Música Erudita – ou, Vem cá, deixa eu te apresentar uma amiga.

Quando se ouve falar em música erudita (ou, mais comumente, “clássica”), a reação mais comum das pessoas é fugir do assunto – e da música. Sempre me lembro de um episódio, há uns quatro ou cinco anos, quando eu soube não sei nem como (pois aqui no interiorzão de meu deus os espetáculos culturais são bem pouco divulgados) que haveria um concerto de uma certa Camerata Linense. Esse espetáculo teria lugar no Clube Linense, aonde eu nunca havia ido. Curiosa, quis ir e chamei uma amiga para me acompanhar. Sua resposta me marcou não sei por quê, já que eu, apesar de ter estudado música desde criança, também não sabia sequer o que era uma camerata: “não vou, não, porque não entendo nada disso”.

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EXCENTRICIDADES PERUANAS

Quando a minha família ainda arrendava terras em Cachoeira do Sul, às vezes eu acompanhava meu pai nas suas estadas por lá. Eu tinha por volta de uns 8 anos na época e, como é de praxe, o que meu pai me apresentava eu achava normal. Achava normal comprar margarina não refrigerada, tomar banho de banheira com água cheirando a banha porque fora aquecida nas panelas em que se cozinhava (com banha), pescar no açude e destripar os peixes sem dó. Na época da castração, eu achava normal acompanhar a lida e, junto com o capataz e os peões, comer os testículos bovinos que eram jogados na brasa, ali ao lado da mangueira.

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