Café com Bach: Por onde começo?

Outro dia fui ao museu com minha sobrinha. Ela nunca tinha ido a um museu. Havia uma exposição dos artistas (avô e neto) Manabu e Dan Mabe, e ficamos brincando de adivinhar o que os pintores quiseram dizer com cada quadro. Às vezes era fácil, às vezes mais difícil e era preciso olhar bem. Nem sempre acertávamos, claro, mas nos divertimos muito. Pensando bem, essa … Continuar lendo Café com Bach: Por onde começo?

ARTE QUE INSPIRA ARTE – ou, O QUE É PRECISO PARA MUDAR A SUA VIDA

Sem música, a vida seria um engano.

Nietzsche

 

Lá por 2006 (em uma das nossas 11 mudanças), troquei de apartamento em Jundiaí. Nesse momento, troquei de endereço. Aproveitei o ensejo, e já troquei de celular – tinha um Walking Dead e comprei um Chiaroscuro. Um dia, dirigindo para São Paulo, deparei-me com a fragilidade da minha situação: quem quisesse me localizar fora do trabalho, não me acharia (talvez, apenas via Orkut, mas nem todo mundo usava). Era como se eu pudesse me reinventar.

Parece que uma mudança inspirou a outra, numa cadeia de eventos que tinha a ver com o momento pelo que eu estava passando – cheio de revelações sobre o meu mundo interno. A análise começava a mostrar seus efeitos e eu estava prestes a deixar para trás um monte de cargas que carregava. Parece que fiz este movimento em todas as frentes que consegui.

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Encontrando a beleza dentro do agreste – ou, O que você precisa para se localizar

Só quem se mudou 11 vezes vai entender o que eu digo: é difícil sentir-se parte. Quando você chega numa cidade nova, tudo é estrangeiro (não você, você é local). O resto todo, os semáforos, as árvores, a cor das paredes, a temperatura da cerveja, quantas vezes se brinda: tudo é estrangeiro.

O maior gasto de energia de um local em uma cidade estrangeira é em localizar-se. Morando, não viajando, o local precisa localizar-se o mais rápido possível, sob pena de passar a ser um estrangeiro em breve. Após 11 mudanças, sabemos como localizar-nos, mas às vezes, simplesmente, as coisas não vão como os nossos planos.

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Música Erudita – ou, Vem cá, deixa eu te apresentar uma amiga.

Quando se ouve falar em música erudita (ou, mais comumente, “clássica”), a reação mais comum das pessoas é fugir do assunto – e da música. Sempre me lembro de um episódio, há uns quatro ou cinco anos, quando eu soube não sei nem como (pois aqui no interiorzão de meu deus os espetáculos culturais são bem pouco divulgados) que haveria um concerto de uma certa Camerata Linense. Esse espetáculo teria lugar no Clube Linense, aonde eu nunca havia ido. Curiosa, quis ir e chamei uma amiga para me acompanhar. Sua resposta me marcou não sei por quê, já que eu, apesar de ter estudado música desde criança, também não sabia sequer o que era uma camerata: “não vou, não, porque não entendo nada disso”.

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