COMO UNS MARACUJÁS CAÍDOS ME MOSTRARAM O QUE SENTIMOS QUANDO ERRAMOS

Fiz um experimento sociológico com a minha mãe (sim, eu sou uma filha desalmada). No final de semana, minhas irmãs deram um churrasco para os amigos, umas 10 a 12 pessoas. No domingo, varremos o salão, tiramos o lixo (7 sacolas), lavamos a louça, os espetos (sim, estamos no Rio Grande do Sul e aqui se faz churrasco à moda gaúcha). Lavamos todas as toalhas … Continuar lendo COMO UNS MARACUJÁS CAÍDOS ME MOSTRARAM O QUE SENTIMOS QUANDO ERRAMOS

SER O QUE SE PREGA – NEM QUEM ENSINA ÉTICA DÁ EXEMPLO HOJE EM DIA

Uma amiga tinha como Diretor um cara daquele Movimento do Triângulo. Sabe? O que só vai se apresentar quando você estiver preparado? A Igreja Misteriosa. Carro adesivado para mostrar que é um ser iluminado, papo sobre energia, vamos os abraçar, cantar Kumbaya, pensar no mundo e o escambau. Ela adorava o Diretor. Foi transferida de área, promovida, recebeu aumento, ganhou curso de liderança caríssimo – … Continuar lendo SER O QUE SE PREGA – NEM QUEM ENSINA ÉTICA DÁ EXEMPLO HOJE EM DIA

pássaro voando livre oceano azul laguna

A SÍNDROME DO EUPRESO – ou, A SUA VIDA É MAIS IMPORTANTE QUE O SEU TRABALHO

Em uma das cidades em que vivi, tive uma massagista. Carismática, agenda lotada, incansável: começava atendendo às 6h e ia até as 22h, segunda a sábado. Próximo às grandes datas, começava às 5h e se estendia até que o relógio já estivesse marcando o dia seguinte. Foram as sessões de massagem mais relaxantes que tive, era uma profissional louvável.

Além de exímia massagista, ainda é boa pessoa: ajuda as suas clientes, promove os negócios de umas com as outras, tem ouvido paciente e gentil coração para acolher mesmo as demandas menores que chegam na sua maca. Continuar lendo “A SÍNDROME DO EUPRESO – ou, A SUA VIDA É MAIS IMPORTANTE QUE O SEU TRABALHO”

VIVENDO E APRENDENDO A PERDER

 Trilha Sonora

Eu passei no me primeiro vestibular quando tinha 16 anos e nem tinha cursado o último ano da escola. Passei em primeiro lugar para Direito numa Universidade da região. Nas férias de julho do ano seguinte, passei novamente, mas agora em 1º lugar geral da mesma Universidade – e ainda não havia completado o atual Ensino Médio.

Quando foi para valer, passei em 4º lugar para Engenharia na Federal e completei o curso em 2º lugar entre os meus colegas. Eu tinha certeza absoluta de que eu era a pessoa mais inteligente que estaria sentada em qualquer sala que estivesse.

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ARTE QUE INSPIRA ARTE – ou, O QUE É PRECISO PARA MUDAR A SUA VIDA

Sem música, a vida seria um engano.

Nietzsche

 

Lá por 2006 (em uma das nossas 11 mudanças), troquei de apartamento em Jundiaí. Nesse momento, troquei de endereço. Aproveitei o ensejo, e já troquei de celular – tinha um Walking Dead e comprei um Chiaroscuro. Um dia, dirigindo para São Paulo, deparei-me com a fragilidade da minha situação: quem quisesse me localizar fora do trabalho, não me acharia (talvez, apenas via Orkut, mas nem todo mundo usava). Era como se eu pudesse me reinventar.

Parece que uma mudança inspirou a outra, numa cadeia de eventos que tinha a ver com o momento pelo que eu estava passando – cheio de revelações sobre o meu mundo interno. A análise começava a mostrar seus efeitos e eu estava prestes a deixar para trás um monte de cargas que carregava. Parece que fiz este movimento em todas as frentes que consegui.

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ESCREVENDO NA AREIA, ESCREVENDO COM ÁGUA

Eu passei a infância, adolescência e a transição para a vida adulta curtindo o verão numa casa de praia que a família tinha em Tramandaí, no Rio Grande do Sul. Quem vai à praia aos finais de semana, ou passa uma temporada por lá, tem uma experiência muito diferente de quem passa um mês inteiro e volta todo ano para a mesma casa. Pensando hoje, é uma experiência existencial, como se todos os anos pudéssemos testar um novo eu, fresquinho, durante os 30 dias que duravam o veraneio.

Na praia, podíamos ser quem quiséssemos. Eu podia ser a menina mandona e emburrada, ou podia ser descolada e maneira e gostar de reggae. Dava para fingir ser popular, ou trocar de religião e contemplar a umbanda. Dava para esquecer a vergonha e dar feliz ano novo para todos os carros que passavam na avenida, ou fazer amizade com os surfistas locais que encontrávamos na beira da praia. Dava para pensar ser uma razoável jogadora de vôlei, e treinar com as minhas amigas para valer. Dava para ser o que eu sempre era, ou simplesmente criar um novo ser que era mais uma possibilidade de mim.

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INICIANDO UMA HORTA – ou, INICIANDO UM NOVO EU

Hoje meu corpo está cobrando o preço de muitos anos na frente do computador e nenhum exercício. Todos os músculos das minhas costas estão doendo, mais alguns da parte de trás do meu braço e descendo da minha bunda até o joelho também há dor. O pescoço mal baixa, tanta tensão acumulada aqui. Tenho bolhas nas duas mãos e ao lado das unhas das mãos há locais doloridos sem uma razão aparente.

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O DIA EM QUE A SARA COMEU MOELA – ou, QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ PROVOU ALGO NOVO?

Aqui em casa temos um combinado com a Sara: todo alimento novo ela tem que provar. E provar não é só encostar a língua, ou comer apenas 1 pedacinho. Provar é comer pelo menos uns dois bocados, de tamanho normal, que permitam a completa sensação do alimento: mastigação, sabores, odores, textura, deglutição.

Se ela não gostar, ok, não precisa mais comer. Naquele dia. Noutro dia, tentamos novamente. Foi assim com alface, grão de bico, tomate cereja. Vai sendo assim com qualquer outro alimento que ela considere novo. Ela foge ainda um pouco, mas de modo geral, prova.

Pois esses dias, na viagem ao Sul, paramos em Curitiba e, apesar da objeção dos nossos anfitriões ao restaurante, fomos ao Madalosso (para quem não conhece, teoricamente o maior restaurante da América). Geralmente, o Casal Cuore foge de tais emblemas, mas era uma segunda-feira, já era 13h e a Sara estava com fome. Madalosso foi a pedida em Santa Felicidade.

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MASTER PLAN 2015 – Ou, eu só queeeeero é ser feliz!!!

Para quem ainda não sabe, o Fernando e eu estamos sem emprego. Com uma filha pequena e sem emprego.

O ângulo que escolhemos para contar uma histórica reflete o que pensamos dela – e tem um impacto imenso sobre o nosso interlocutor. Eu comecei contando esta história sobre a nossa situação empregatícia, e provavelmente você agora está com pena. Ou talvez dizendo, bem feito, eu falei. Ou talvez confuso sobre como iremos nos virar.

Então vamos começar novamente.

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Eu hoje

Eu já nem me reconheço mais. Já fui uma bruxa, uma grunge, uma adepta de teorias da conspiração, alguém que não acreditou que o homem tenha ido à Lua. Já fumei, bebi, ouvi sertanejo, gostei de pagode, fui ao show do Jimmy Cliff. Escrevia poesia, deitava na grama para ver as estrelas, tomei glicose, fazia teatro. Sabia de tudo o que circundava a minha vida, meditava, ouvia os shows do Woodstock no quarto escuro da casa da praia.

Diversão II
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