FOI DEMITIDO? NÃO MANDE SEU PRIMEIRO CURRÍCULO SEM LER ISSO

Tudo o que você precisa saber se foi demitido hoje – e a nossa experiência pessoal com o assunto

Sabe aquele desespero que bate quando somos demitidos? A certeza de que o mundo vai cair sobre as nossas cabeças certamente a qualquer minuto, e de que iremos morar embaixo da ponte? De que não teremos mais como pagar escola, comida, saúde e que precisamos conseguir um emprego o mais rápido possível? Se você respondeu sim a qualquer uma destas perguntas, siga lendo. Se você foi demitido, respire fundo que eu lhe darei algumas dicas do que fazer.

Semana passada fui palestrar sobre a nossa jornada – que quem é leitor do Cuore Curioso conhece bem – neste ano de sabático, após a minha demissão, em um evento que aconteceu aqui em Lajeado. Falei dos aprendizados de viagem, de como era nossa vida antes e como voltamos após a viagem.

Após a palestra, se aproxima um rapaz: alto, loiro, seus 24 anos. Ele me diz: você me fez pensar que eu estou fazendo tudo errado.

Opa! Como assim?

Ele me disse que saiu de um jornal de grande circulação aqui no Sul e passou a disparar currículos para todos os lados. Quando começaram a aparecer propostas, não ficou contente: recusou algumas, para desespero da família. Disse então: “por que não estou fazendo com o meu tempo algo como você, que vá me agregar para o futuro?”.

Eu também já fui assim. Ao longo da vida, quando comecei a ver sinais de possível ruptura, de minha parte ou da parte da empresa, já corria a arrumar um emprego à altura. Desde que saí do colégio, este é o primeiro ano que tiro para mim mesma – para pensar na vida, para testar novidades, para me aventurar, para formar novas parcerias. Foi preciso tempo e maturidade para que isso acontecesse.

Para que não se cobrasse ainda mais – pois só quem está no ciclo de ansiedade pós-demissão sabe o que é cobrança – falei tudo isso a ele.

Talvez não fosse possível tirar este tempo agora. E TUDO BEM.

Contudo, quero sim deixar a minha contribuição sobre o assunto. Meus 3 minutos de pensamento sobre o que estamos fazendo com as nossas carreiras (e as nossas vidas). E alguns conselhos de alguém que já esteve de todos os lados da mesa (inclusive, em cima e embaixo dela 😛 ).

Então, se você foi demitido e não sabe o que fazer, leia este texto. Eu acredito que existem possibilidades para este período à sua frente que você pode explorar.

PRIMEIRO PASSO: APODERE-SE DA DEMISSÃO

Apodere-se da demissão

Eu prometo fazer um texto específico sobre por que raios temos medo de admitir que fomos demitidos. Que grande bobagem! A quem importa quem terminou o contrato de trabalho? Talvez apenas a você, à empresa (que pode não ter se preparado devidamente para a sua saída) e à sua conta bancária.

Está claro que não devemos satisfação a ninguém para você? Sim? Então por que diachos as pessoas entortam a cara quando têm que falar sobre a sua demissão? Fale a verdade e se liberte! Tire esse assunto da frente logo no início e espante a Inquisição que está buscando apenas uma maneira de lhe atacar.

Quer saber: primeiro passo para a mudança é aceitar os fatos. Se você se apoderar do que aconteceu na sua vida, impede que outros usem isso contra você.

Aconteceu comigo. Coloquei aqui publicamente que fui demitida – e uma enxurrada de gente veio conversar comigo sobre o texto. Por quê? Porque TODO MUNDO passa por isso e não tem com quem conversar.

Quem se “escandalizou” com o assunto e achou que eu deveria ter deixado isso menos evidente… bem… o seu escândalo fala mais sobre si mesmo do que sobre mim. Eu apenas falei a verdade, tal qual aconteceu.

Então, se alguém vier conversar com você, seja sincero. Fui demitida ou demitido, e pronto. O assunto sai da frente e dá espaço a outros tópicos de conversa.

No meu caso, escrevi este post, após um certo tempo. Falo por experiência que deveria ter escrito bem antes.

 

SEGUNDO PASSO: REDUZA AS CONTAS, AS DÍVIDAS E AS POSSES

Reduza o custo de vida

Pela nossa vivência, a primeira pergunta que lhe farão é: como você paga as contas?

Veja bem o que há por trás desta pergunta. Não lhe pedem como você irá se manter. Ou como arranjará comida. Ou se ficar desempregado lhe aflige.

Não, perguntam se você continuará pagando suas contas.

Talvez você já tenha lido sobre o início da Revolução Industrial e sobre como aquela montanha de produtos que passou a ser fabricada tinha que ser vendida. Antes, os artigos feitos a mão eram suficientes para o consumo. Com a explosão de produtividade das fábricas, o que fazer para conseguir vender?

Estimular o consumo.

Passaram-se anos, e hoje muitos jovens consideram normal pagar uma casa em 20 anos – pois nasceram numa família com o mesmo histórico. Ter cartões de crédito é coisa banal. Pagar escola, saúde, segurança: óbvia. Mas nem sempre foi assim.

E nem precisa ser hoje. Há todo um momento de desapego e minimalismo ocorrendo ao redor do mundo: uma ode ao “ser” em oposição ao “ter” que vem na contramão deste consumismo exacerbado.

O que eu lhe digo: é provável que mais da metade dos seus bens seja desnecessária. Venda-os.

É provável que você tenha contas que está acumulando (ou fazendo) apenas por comodismo. Repense e reduza-las.
Seja um pouco mais leve para que o dinheiro que você ganhar na rescisão dure mais: se você precisava de 2 mil para se manter, reduza para 1000 reais. Se precisava de 5 mil, reduza para 2.

Não estou falando aqui de deixar de comer ou de nunca mais colocar os pés para fora de casa. Estou falando de fazer concessões em prol do próximo conselho: considerar se mudar para uma casa menor, vender um carro, alugar um quarto da casa, vender objetos não usados.

Estou falando de cortar o cinema todo sábado e substituir por um filme na TV ou por um livro. Estou falando de cozinhar em casa, de usar as sobras e não deixar comida ir parar o lixo. Estou falando de colocar os filhos em escola pública, de usar o SUS, de pegar o ônibus, de parar de comprar roupas.

Estou falando de reservar o seu dinheiro para fazer um investimento em você, e não na indústria de consumismo da qual hoje somos sócios.

No meu caso, fizemos um Bazar em casa para vender cerca de 70% das nossas posses, entregamos a casa alugada, vendemos um dos carros, fizemos a carteirinha do SUS e voltamos a morar com a família. Mais recentemente, matriculamos a Sara em uma escola municipal (aliás, o melhor resultado deste processo, pois é uma das melhores escolas onde ela já estudou).

 

TERCEIRO PASSO: DESEMBRULHE SEUS PROJETOS

Encontre seu propósito

Esta é a parte principal do pitaco. Se você é como eu, e vem emendando um emprego no outro depois da escola, esta é a sua hora. Vou falar até uma coisa bem radical:

Talvez ter sido demitido seja a coisa mais providencial da sua vida. Alguém ter lhe dado “tchau” no seu emprego talvez seja justamente o que você estava precisando.

Porque agora alguém lhe obrigou a ter tempo para si. A olhar para si mesmo, o que talvez você não tenha feito antes.
Esta é a hora de você usar o tempo a seu favor.

Desembrulhe seus projetos. Pense sobre o que de fato lhe estimula. Vá atrás de educação, de cursos, de atividade física, de leitura. Pegue este tempo com as duas mãos, apodere-se dele, e use a sua demissão a seu favor.

Descubra onde está a sua zona de conforto e aventure-se a encontrar uma atividade a ser feita dentro dela. (Não se preocupe em ampliar esta zona por enquanto, agora é hora de se recuperar do baque e se reencontrar). Descubra o seu propósito.

É neste período mais livre, sem as pressões da rotina do seu emprego atual, que a sua mente irá se descortinar para nossas possibilidades.

Para isso, é claro, você precisa ter feito bem a sua tarefa do SEGUNDO PASSO – quem está pressionado por contas se coloca na zona de desconforto e não cria nada novo.

Use o tempo, não gaste o tempo apenas. Tire uns dias para dormir, e ser bom consigo, mas também tire uns dias para olha para dentro de si, desembrulhar projetos e reencontrar o seu caminho.

Volte a pedalar, a correr, a pintar, a fazer trabalho voluntário (mais sobre isso, na sequência), a ir na feira, a cozinhar. Volte a fazer, ou faça pela primeira vez, aquilo que sempre esteve dentro de si – volte a estudar. Lembre-se que não é só na escola que somos educados – mergulhe no seu projeto com o mesmo afã de criança aprendendo matéria nova na escola.

Faça isso por um tempo. Faça isso até que os novos projetos estejam andando, e que já sejam coisa natural para você.

No meu caso, eu retomei este blog, logo nos primeiros dias após a demissão. O Cuore Curioso foi a minha forma de exorcizar demônios, expulsar o pensamento conformista, colocar para fora de mim os anos de desmandos e humilhações e tolhimentos. Ele foi também foi a construção de um desejo novo, uma vontade de ajudar as pessoas, um espelho para quem estava em situação parecida e um veículo de contato com o mundo.

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QUARTO PASSO: EXPLORE NOVOS CAMINHOS

Expanda a sua zona de conforto

Quando seus projetos do TERCEIRO PASSO já estiverem em marcha, abra o horizonte. Expanda-o, faça um pouco mais.

Teste este seu projeto fora da limitação da sua zona de conforto – mas somente faça isso quando já estiver se sentindo confortável com ele.

Começou a pedalar, então agora transforme isso um triatlo: corra e nade. Está fotografando e a obra está ficando boa? Organize uma exposição em algum espaço da sua cidade. Começou a aprender inglês pela internet? Procure um falante nativo e faça um chat pelo Skype.

São apenas exemplos. Você decide o quanto sair da sua zona de conforto – e como fazer. A ideia aqui é lhe mostrar um caminho e uma direção.

Não importa muito aqui quanto você vai andar. O que importa é a direção que você irá seguir. De dentro da sua zona de conforto, teste quantos caminhos forem precisos, até que você encontrará um que lhe deixa satisfeito.

Pode ser que esta direção continue apontando para a carreira que você trilhou até aqui. Pode ser que, lá atrás, você tenha tomado todas as melhores decisões possíveis e que hoje se encontra dono ou dona de si, e certo ou certa do que faz. Você descobrirá que está seguindo na direção do seu propósito desde sempre.

Pode ser, por outro lado, que você encontre uma nova direção. Que você descubra que a razão de ter sido demitido, em primeiro lugar, estava em fazer algo que não era 100% você, que não era o seu propósito de vida. Pode ser que você se descubra muito melhor em fazer outro algo, de dentro da sua zona de conforto expandida.

No meu caso, dei um curso técnico na área de alimentos e fizemos uma viagem de 111 dias pela Europa e Ásia em família. Com isso, pude ver que eu poderia ser mais flexível, trabalhar fora de uma rotina e ser produtiva, e que a minha vocação estava na comunicação. A viagem serviu muito para expandir os horizontes e voltar bem mais consciente do meu papel no mundo e do que quero para a minha vida.

QUINTO PASSO: FAÇA TRABALHO VOLUNTÁRIO

Faça trabalho voluntário

A esta altura, seu projeto já está tomando forma. Que tal levá-lo para uma ONG, ou uma escola? Que tal ensinar jovens naquilo que você está aprendendo?

Que tal dar palestras sobre o seu tema preferido?

Saia um pouco mais de casa, coloque o rosto na rua. Encontre pessoas que estão fazendo projetos similares, empresas que possuem perfis parecidos com o seu, associações das quais você poderia fazer parte. Não importa como: pode ser criando uma página no Facebook para compartilhar informação sobre Segurança de Alimentos com o público, como faz um amigo meu. Ou então, um site para tratar do mesmo assunto.

Ao se colocar no campo de trabalho novamente, você descobrirá duas coisas:

  1. Que é possível criar um emprego a partir do projeto que você iniciou na sua zona de conforto.
  2. Que há mais gente fazendo isso – e você, trabalhando voluntariamente, terá oportunidade de aprender com essa turma.

Networking não é a palavra do momento? Pois bem, fazendo trabalho voluntário você fará um monte de networking.
Isso quer dizer que todas as pessoas que encontrar pela frente serão uma oportunidade de negócio para você? Claro que não. Todas as pessoas que encontrar pela frente são uma oportunidade de CONEXÃO para você. E conexão, sim, é a moeda do futuro (junto com propósito).

No meu caso, eu já escrevia regularmente para o Food Safety Brazil, porém passei a contribuir ainda mais, escrevendo textos mais longos, revisando textos, propondo melhorias, criando e administrando a página do Facebook. Depois, ministrei palestras na área técnica, e participei do evento Impulso, para falar dos aprendizados de viagem do Cuore Curioso. Entrei para a Associação de Pais e Professores da escola da minha filha e me candidatei para prestar assessoria a uma feira vegana aqui na cidade.

 

SEXTO PASSO: MONTE SUA EMPRESA

Monte sua empresa

Ah, o desafiador caminho do empreendedorismo…

Há quem diga que não haverá mais empregos no futuro, que cada um será autoempregado – mais ou menos como antes da Revolução Industrial, onde cada profissão era, em si, o próprio emprego. Era sapateiro, tinha uma sapataria. Era ceramista, tinha uma cerâmica. Era pedreiro, tinha uma pequena empreiteira.

Só bem depois as coisas evoluíram para o estado atual, em que é quase certo que um engenheiro não será dono de nenhuma máquina, de nenhuma empresa, de nenhum processo. Em que um dentista não terá um consultório. Em que um professor não terá uma escola.

Parece que, no futuro, voltaremos a este ponto: o emprego se abolirá e você será seu/sua próprio empregador ou própria empregadora. Que tal usar o seu período de demissão para sair na frente e se preparar para o futuro?

Deixe o currículo em casa. Pegue aquele caminho que a zona de conforto expandida lhe mostrou e crie um negócio.
Agora, seja esperto ou esperta. Crie um negócio de 2016 (ou do ano em que você estiver lendo este texto). Já existem consultórios médicos e pet shops e padarias aos montes. O que não existe? O que é novo, diferente, único e que APENAS VOCÊ pode fazer?

Crie esse negócio.

Depois que você o criar, pode ter certeza. Nem vai se lembrar de mandar um currículo sequer.

Porque não há nada igual a trabalhar pelo seu propósito, usando as conexões que você criou para si mesmo, de dentro da sua zona de conforto expandida. Não há nada igual a viver uma vida alimentando e retroalimentando o seu sonho.
No meu caso: eu criei o Sra Inovadeira, um site para falar sobre Inovação em Alimentos. Através dele, estou montando cursos e iniciando o meu caminhar na área de Consultoria – e, posso lhes assegurar, a vista até o momento é MARAVILHOSA.

 

Agora, vá em frente! Coloque este plano em marcha e depois me conte: o que saiu dele?

Para deixar as coisas mais claras, vou deixar aqui um infográfico com o resumo do post: o guia definitivo para o período pós-demissão de indivíduos criativos – porque você tem um monte de ideias aí querendo sair, não?

 

Se você gostou deste post, manda para aquele seu amigo ou amiga que acabou de ser demitido – há uma chance muito grande de que ele esteja agora mesmo mandando o seu primeiro currículo e perdendo a grande oportunidade de ter tempo em mãos para dar uma volta na sua vida!

6 Passos: O que fazer se você foi demitido – o guia alternativo para individuos criativosInfographic

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14 comentários sobre “FOI DEMITIDO? NÃO MANDE SEU PRIMEIRO CURRÍCULO SEM LER ISSO

  1. Muito bacana seu post, dá uma aula extensiva e competente sobre como sobreviver com seus próprios recursos e talentos. Vou reler, vou pensar, vou cooptar várias de suas ideias – a do trabalho voluntário, por exemplo, que venho adiando há tempos.
    beijo, merci por seu empenho, que nos traz alento,
    Vera

    1. Olá, Vera!!! Muito obrigada, que bom ter você sempre aqui. Trabalho voluntário realmente faz a diferença, pois diminui a barreira para você se recolocar e penetrar um mercado novo!
      Boa sorte!

  2. Oi! Veja que curioso, eu decidi que queria trabalhar em casa, ser autônoma e ter mais tempo pro que realmente importa. Estava descontente com a empresa e tinha receio de ser consumida pelo processo e acabar por odiar o que eu faço. Já faço trabalho voluntário, já estou em processo de reduzir gastos. Mas veja bem, fui demitida e ainda assim esta rolamdo uma ansiedade. Sei que isso é fruto dessa cultura louca a que somos submetidos sem nem saber porquê, mas as preocupações estao vindo em avalanche. Por isso obrigada por clarear minhas ideias e ser exemplo de que não sou tão louca assim, ou, no mínimo, não sou tão louca assim sozinha… de qualquer modo, Obrigada.

    1. Oi, Roberta! Não, você não é louca, não – na verdade, a meu ver, loucos são os que se deixam consumir e no final da vida não construíram nada para si. Agora, vou lhe alertar: alguns meses já dentro da empresa que criei para mim, vejo que é como todo empreendedor fala. Você trabalha MUITO MAIS. Porém a vida também tem MUITO MAIS qualidade. Vai fundo! O que você está pensando em abrir para si?

  3. Boa noite.. Fui demitido hoje.. A ficha ainda não caiu.. Mas ainda não sei o que fazer…vou buscar me inspirar em algumas coisas que estão no blog .. Mas ainda estou sem chão .

    1. Oi, Rodrigo, tudo bem?

      Respira fundo. Acalme-se. Vá passear um pouco pela cidade que você mora. Deixa a cabeça voltar ao eixo. Depois você se preocupa com o que vai fazer. Ainda é muito cedo. Haverá tempo para outras coisas, agora é tempo de absorver a mudança apenas.

  4. Oi Cristina, que bom ver palavras confortantes. Acabei de ser Demitido, estou ainda desorientado, não consigo dormir , a cabeça não para. O importante é buscar apoio da família, buscar sugestões, medidas para seguir em frente. É um sentimento avassalador , que temos que buscar forças, calma e muita resiliência. Abracos!

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