ARTE QUE INSPIRA ARTE – ou, O QUE É PRECISO PARA MUDAR A SUA VIDA

Sem música, a vida seria um engano.

Nietzsche

 

Lá por 2006 (em uma das nossas 11 mudanças), troquei de apartamento em Jundiaí. Nesse momento, troquei de endereço. Aproveitei o ensejo, e já troquei de celular – tinha um Walking Dead e comprei um Chiaroscuro. Um dia, dirigindo para São Paulo, deparei-me com a fragilidade da minha situação: quem quisesse me localizar fora do trabalho, não me acharia (talvez, apenas via Orkut, mas nem todo mundo usava). Era como se eu pudesse me reinventar.

Parece que uma mudança inspirou a outra, numa cadeia de eventos que tinha a ver com o momento pelo que eu estava passando – cheio de revelações sobre o meu mundo interno. A análise começava a mostrar seus efeitos e eu estava prestes a deixar para trás um monte de cargas que carregava. Parece que fiz este movimento em todas as frentes que consegui.

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ESCREVENDO NA AREIA, ESCREVENDO COM ÁGUA

Eu passei a infância, adolescência e a transição para a vida adulta curtindo o verão numa casa de praia que a família tinha em Tramandaí, no Rio Grande do Sul. Quem vai à praia aos finais de semana, ou passa uma temporada por lá, tem uma experiência muito diferente de quem passa um mês inteiro e volta todo ano para a mesma casa. Pensando hoje, é uma experiência existencial, como se todos os anos pudéssemos testar um novo eu, fresquinho, durante os 30 dias que duravam o veraneio.

Na praia, podíamos ser quem quiséssemos. Eu podia ser a menina mandona e emburrada, ou podia ser descolada e maneira e gostar de reggae. Dava para fingir ser popular, ou trocar de religião e contemplar a umbanda. Dava para esquecer a vergonha e dar feliz ano novo para todos os carros que passavam na avenida, ou fazer amizade com os surfistas locais que encontrávamos na beira da praia. Dava para pensar ser uma razoável jogadora de vôlei, e treinar com as minhas amigas para valer. Dava para ser o que eu sempre era, ou simplesmente criar um novo ser que era mais uma possibilidade de mim.

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VIAGEM LIMA A HUARAZ

Lima não tem rodoviária central. Aliás, nem sabemos se existe isso no Peru.  Os ônibus saem dos terminais da empresas – no caso da Movil, de uma sala um tanto desorganizada, meio suja, cheia de gente. Mas com ônibus enormes, de 2 pisos, panorâmicos, tinindo de novos. Ah, e Marcopolo – o que imediatamente acendeu minha veia gaúcha! A viagem levou cerca de 9 horas … Continuar lendo VIAGEM LIMA A HUARAZ

COMO TIRAR BELAS FOTOS – OU SOBRE COMO ADOCICAR MOTORISTAS DE TOURS

Então, chegando em Huaraz tínhamos que agendar tours com alguma agência local para visitar os pontos turísticos chave. Não sei por que fizemos isso – talvez a região Andina nos parecesse muito exótica para contarmos com o nosso perfil cão-farejador de roubadas. Não sei mesmo. Se fosse hoje, teria alugado um carro e era isso. Isso se houver agências de aluguel de carros por lá. … Continuar lendo COMO TIRAR BELAS FOTOS – OU SOBRE COMO ADOCICAR MOTORISTAS DE TOURS