… a lavar bem menos roupa do que em casa. Ninguém quer perder tempo lavando roupa quando bem poderia estar comendo num café ou passeando devagarzinho num museu de arte. Conseqüência: a gente usa cada vez mais as mesmas roupas. Mesmo aquelas que já foram para a sacola do “aqui não tem condições”.
… a ter pique. Eu chego em casa e só quero comer e hibernar no meu inverno televisístico. Pois bem, quando viajo tenho pique para tudo – pelo menos nos primeiros dias! É claro que em breve o sedentarismo cobra a sua conta e em algum momento durmo umas 12 horas (mas isso é outro aprendizado).
… a ser menos chato e mesquinho. Ter picuinhas viajando só serve para ter dor de cabeça. Daí que a maior parte do tempo você vai estar um pouco menos limpo, um pouco mais cansado, um pouco menos sozinho, um pouco mais invadido e um pouco menos no horário do que estaria em casa, no seu mundinho perfeito.
… a ser mais respeitoso com os outros (e taí para mim o melhor aprendizado!) – porque você está sempre em contato com gente diferente, que não te conhece e nem quer conhecer, e que não tem tempo para as suas brabices.
… que o mundo é grande. Grande mesmo, cheio de culturas nada a ver com o que você chama de “normal”. Com gente com MUITO mais conhecimento que você, rodeado no seu mundinho perfeito por amigos que viajaram e leram menos do que você. Com gente com BEM menos dinheiro do que você, de quem se tem muita pena – apenas para descobrir que essas pessoas não querem ter a SUA vida chata de cidade. Com gente que faz os esportes mais radicais, e você se senta no meio se sentindo um bobão por nem conseguir fazer caminhada umas 3 vezes na semana.
… a não reclamar da rotina. Porque quando se volta, tomar banho no próprio chuveiro, com todos os seus creminhos e sabonetes especiais desnecessários, porém extremamente desejados, dormir em lençóis com dono único e ter sempre à mão água potável viraram atividades altamente luxuosas.
Ó dura vida de lavadeira, ainda mais em lugares minúsculos como todos os hotéis ou hostels que fomos. Ainda bem que estava friozinho e deu pra usar a roupa por 25 dias, nemmmm dava pra notar um suposto “cheirinho”…pelo menos era o que NÓS achávamos. Mas voltar ao Brasil com roupa cheirosa e dar aquele abraço na mamãe foi bem válido…rsrs