ESCREVENDO NA AREIA, ESCREVENDO COM ÁGUA

Eu passei a infância, adolescência e a transição para a vida adulta curtindo o verão numa casa de praia que a família tinha em Tramandaí, no Rio Grande do Sul. Quem vai à praia aos finais de semana, ou passa uma temporada por lá, tem uma experiência muito diferente de quem passa um mês inteiro e volta todo ano para a mesma casa. Pensando hoje, é uma experiência existencial, como se todos os anos pudéssemos testar um novo eu, fresquinho, durante os 30 dias que duravam o veraneio.

Na praia, podíamos ser quem quiséssemos. Eu podia ser a menina mandona e emburrada, ou podia ser descolada e maneira e gostar de reggae. Dava para fingir ser popular, ou trocar de religião e contemplar a umbanda. Dava para esquecer a vergonha e dar feliz ano novo para todos os carros que passavam na avenida, ou fazer amizade com os surfistas locais que encontrávamos na beira da praia. Dava para pensar ser uma razoável jogadora de vôlei, e treinar com as minhas amigas para valer. Dava para ser o que eu sempre era, ou simplesmente criar um novo ser que era mais uma possibilidade de mim.

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Sobre ser mãe – o sono (meu, do bebê, do pai do bebê e dos demais que não dormem por aqui)

167 em 167 sites sobre maternidade e todas as coisas guti-guti falam sobre o sono do bebê. Faça uma busca no São Google: milhões de resultados em qualquer língua disponível. Também pudera, talvez não haja esfera em que uma coisica tão pequena, que nem mede 1m ainda, afete mais a vida de quem está ao seu redor.

Nós começamos nos iludindo já na maternidade: lembro bem do Fernando ligando para a mãe dele e dizendo – ela é ótima, dorme super bem, nem teremos problema.

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VIAJANDO A GENTE APRENDE…

… a lavar bem menos roupa do que em casa. Ninguém quer perder tempo lavando roupa quando bem poderia estar comendo num café ou passeando devagarzinho num museu de arte. Conseqüência: a gente usa cada vez mais as mesmas roupas. Mesmo aquelas que já foram para a sacola do “aqui não tem condições”. … a ter pique. Eu chego em casa e só quero comer … Continuar lendo VIAJANDO A GENTE APRENDE…

LIMA – CAPITAL DOS MEUS SABORES

A grande parte dos turistas que vem ao Peru está concentrada em uma coisa: conhecer Machu Picchu. É a maratona país de origem-Lima-vôo direto para Cuzco-trem para Machu Picchu-vôo direto para Lima-país de origem. Quanto menos tempo parar em Lima, tanto melhor.

A grande parte dos turistas que vem ao Peru se esquece que Lima foi capital do Vice-Reinado Espanhol, capital da mais estratégica colônia espanhola na América do Sul e, não podendo ser diferente, oferece todo luxo, história, gastronomia e cultura de uma cidade de tal porte.

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VIAGEM LIMA A HUARAZ

Lima não tem rodoviária central. Aliás, nem sabemos se existe isso no Peru.  Os ônibus saem dos terminais da empresas – no caso da Movil, de uma sala um tanto desorganizada, meio suja, cheia de gente. Mas com ônibus enormes, de 2 pisos, panorâmicos, tinindo de novos. Ah, e Marcopolo – o que imediatamente acendeu minha veia gaúcha! A viagem levou cerca de 9 horas … Continuar lendo VIAGEM LIMA A HUARAZ

OLLANTAYTAMBO – A CIDADE INCA

– Mas o que tem em Ollanta… o quê?   – Essa mesmo. O que tem lá? – E já tem hospedagem reservada lá? – Pode deixar, o Nandão cuida disso. E assim fomos dormir um dia em Ollantaytambo. Para explorar a cidadezinha à noite, com tranquilidade. Pegar as ruínas bem cedo, antes das ordas. Sentar na Plaza de Armas e tomar Cuzqueña, comendo petiscos. … Continuar lendo OLLANTAYTAMBO – A CIDADE INCA

SOBRE A LIBERDADE EM VIAGENS – ou o dia em que nos rebelamos contra o establishment em Huaraz.

Tá certo que tem lugares em que só dar para chegar mesmo num tour organizado. Não adianta, tem que baixar a cabeça e ir com a manada. Seja por dificuldade de acesso, tempo curto ou imposição de força maior, às vezes a gente acaba pegando um tour organizado aqui, outro ali. Em Huaraz foi assim – também, a cidade ainda precisa de muita infra em … Continuar lendo SOBRE A LIBERDADE EM VIAGENS – ou o dia em que nos rebelamos contra o establishment em Huaraz.

COMO TIRAR BELAS FOTOS – OU SOBRE COMO ADOCICAR MOTORISTAS DE TOURS

Então, chegando em Huaraz tínhamos que agendar tours com alguma agência local para visitar os pontos turísticos chave. Não sei por que fizemos isso – talvez a região Andina nos parecesse muito exótica para contarmos com o nosso perfil cão-farejador de roubadas. Não sei mesmo. Se fosse hoje, teria alugado um carro e era isso. Isso se houver agências de aluguel de carros por lá. … Continuar lendo COMO TIRAR BELAS FOTOS – OU SOBRE COMO ADOCICAR MOTORISTAS DE TOURS