O QUE EU FAÇO COM A MINHA FILHA QUANDO ELA APRONTA

“Daí que não possa a liderança dizer sua palavra sozinha, mas com o povo. A liderança que assim não proceda, que insista em impor sua palavra de ordem, não organiza, manipula o povo.”

Paulo Freire.

 

Criança de 4 anos é demais.

Ela fala as coisas mais inteligentes do mundo, faz associações fantásticas, pinta o seu imaginário de uma forma que o adulto já perdeu faz tempo.

Minha irmã mais nova, nesta idade, falou que na próxima encarnação queria nascer homem para usar bombacha (feliz dela que cresceu num mundo mais esperto, e que agora usa bombacha e saia quem quer). Mas como ela sabia o que era encarnação? E como entendeu plenamente o conceito, para fazer esta associação aos 4 anos? Até hoje me espanta.

O demais, entretanto, tem um outro lado: o temperamento.

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A SÍNDROME DO FILHO DO PAI BRAVO – ou, GENTE QUE SE FAZ DE VÍTIMA PARA PASSAR BEM

Você conhece gente assim. Fala sempre num tom de voz agradável. Uma capacidade imensa de articular-se entre um grupo e fazer seus desejos realizarem-se. Trabalha muito, apresentações perfeitas, incansável. Nunca diz não a um projeto, sempre disponível para absorver um pouco mais de trabalho. Uma pessoa perfeita. Até que começam a chegar notícias das articulações. Dos jogos. Até que se percebe que assumir responsabilidades por … Continuar lendo A SÍNDROME DO FILHO DO PAI BRAVO – ou, GENTE QUE SE FAZ DE VÍTIMA PARA PASSAR BEM

Aniversário no quintal de casa: sim, nós podemos

Este é um texto escrito por uma convidada de honra aqui do Cuore Curioso: a Juliane Dias Gonçalves, mãe do Hilton, que vocês irão conhecer abaixo, e também diretora de relacionamento da Flavorfood e editora-chefe do site Food Safety Brazil. A Juliane é uma mãe moderna, que trabalha, mas espera que seu filho tenha uma infância rica e feliz, com presença e sem excessos. Vamos ao texto?

 

Tenho grandes recordações das minhas festas de aniversário de infância: as vizinhas iam para casa e faziam mutirões para enrolar brigadeiros, confeitar o bolo, cortar os sanduíches, rechear as barquinhas ou fazer aqueles palitos típicos dos anos 80: um cubo de queijo, um de presunto, uma azeitona.  Os pais ajudavam a encher e pendurar as bexigas e levavam o aparelho de som para alguma área estratégica. Prendiam com fita crepe, do jeito deles, aqueles enfeites de isopor na parede.

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Nem todo mundo faz arroz do mesmo jeito – ou, Como criar filhos

Descobri ontem que nem mesmo na minha família, que teoricamente me ensinou a fazer arroz, fazemos arroz do mesmo jeito. Eu gosto de picar o alho, a cebola, refogar ambos, fritar o arroz, colocar água quente até 1 ou dois dedos acima da linha do arroz, esperar ferver novamente, baixar o fogo, cozinhar até crepitar, desligar o fogo e tampar. Deixar o arroz terminar o cozimento no próprio bafo. Minha mãe faz quase igual, mas prefere sem alho e cebola. E meu pai faz quase igual, mas sem alho e cebola – e cozinha até o final com o fogo, o que faz ele precisar de mais água e possibilita um arroz menos solto.

Os japoneses fazem arroz naquelas panelas elétricas, e o intuito é deixar grudento mesmo. Minha mãe odeia arroz japonês, pois diz que é empapado. Não importa dizer que tem que ser assim, para os propósitos a que serve – ela somente odeia. Com a internet e a TV por assinatura, e os trilhões de programas de TV que mostram comidas de outras culturas, já vi que tem um método que inclui escorrer o arroz. Sim, tipo massa.

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