167 em 167 sites sobre maternidade e todas as coisas guti-guti falam sobre o sono do bebê. Faça uma busca no São Google: milhões de resultados em qualquer língua disponível. Também pudera, talvez não haja esfera em que uma coisica tão pequena, que nem mede 1m ainda, afete mais a vida de quem está ao seu redor.
Nós começamos nos iludindo já na maternidade: lembro bem do Fernando ligando para a mãe dele e dizendo – ela é ótima, dorme super bem, nem teremos problema.
Rá.
Primeiro golpe foi o frio: até os tontos aqui perceberem que o bebê não podia ir do seio direto pro berço sem ser bem aquecido antes (junto com seu aparato cueiro, manta e demais cobertinhas), foram algumas noites de gritos. Santa vó que nos ajudou a ver o óbvio (ululante).
Segundo golpe foram as cólicas: antes mesmo de completar um mês, aquele santo bebezinho que só dormia, mamava, mijava e cagava mostrou a que vieram ao mundo seus pulmões. Nessa etapa, eu ainda tinha uma reserva de sono (de não sei onde) e agüentava ficar com ela até 3/4h da madrugada no colo, vendo TV, para ter certeza de que agora sim ela estava dormindo. Santa simeticona que nos aliviou a barra.
Terceiro golpe foi a partida da vó: assim, eu não tinha mais com quem deixar o bebê até as 9h e dormir mais um pouco. Ou melhor, tinha sim: comigo mesma. Assim, aos pouquinhos, a minha reserva de sono foi se esgotando. Santo Fernando que começou a tirar o bebê do quarto por volta das 5h30 para me dar mais 1 ou 2 horas de sono menos agitado.
Quarto golpe foi a viagem: resolvi visitar meus pais no RS e ficar uns 15 dias. Afe. Por mais que eu ame viajar e tenha sido ótimo estar com a família (e que eles tenham ajudado em todos os aspectos possíveis), a vontade que eu tenho é de não me mover mais 1cm da minha casa. A Sara estranhou a casa dos avós durante pelo menos 1 semana – isso quer dizer que um bebezinho que estava acordando apenas 1 vez por noite voltou a acordar mais de 3 e a não querer mais dormir depois das 4h da manhã. Ah, e melhor: na volta, a Sara estranhou a própria casa. Aliás, está estranhando, pois aqui estou eu, mãe zumbi, paciência zero, tolerância zero, escrevendo nessas mal traçadas linhas.
Dos 167 sites listados acima, 167 conselhos diferentes sobre como fazer o bebê dormir a noite toda são extraídos. Cante para o bebê, faça shhhhh para o bebê, enrole o bebê numa manta, não ande com o bebê, coloque o bebê ainda acordado no berço, amamente o bebê, não amamente o bebê, deixe dormir bastante durante o dia, não deixe dormir durante o dia, abra uma torneira, pule numa perna só, durma com o bebê na cama, faça figa e por aí vai. Isso levando em conta apenas os conselhos internáuticos – fora cada pessoa mais improvável que aparece pela frente com uma forma mágica de fazê-lo pregar os olhos e dormir de uma vez (aliás, como lidar com conselhos é um bom tema para um próximo post).
Nesta altura do campeonato, eu simplesmente não sei mais o que fazer. Talvez, de tudo o que eu tenha lido e escutado, o que me soa ao menos um pouco mais coerente é o que traz este site – que os bebês sempre foram dormir no colo, ou sendo amamentados. Isso está no DNA da nossa espécie e a idéia de que o bebê deva ser forçado a dormir sozinho no berço é, no mínimo, curiosa.
Ou, como diz uma amiga que também me parece coerente: você está vendo outra criança por aqui? Não, então cuida da tua filha como ela precisar.
Mas que eu e o pai agradeceríamos uma bela noite de sono, ah, isso nós agradeceríamos mesmo.
Eu gosto mesmo é de vê-la acordada e apreciar esses lindos olhos azuis!!!
Ai Cris! gosto dos teus textos porque és direta como eu! Adorei!
é, tá cheio de textos guti-guti por aí, como se tudo fosse um sonho dourado na maternidade… rsrrrsrss