Encontrando a beleza dentro do agreste – ou, O que você precisa para se localizar

Só quem se mudou 11 vezes vai entender o que eu digo: é difícil sentir-se parte. Quando você chega numa cidade nova, tudo é estrangeiro (não você, você é local). O resto todo, os semáforos, as árvores, a cor das paredes, a temperatura da cerveja, quantas vezes se brinda: tudo é estrangeiro.

O maior gasto de energia de um local em uma cidade estrangeira é em localizar-se. Morando, não viajando, o local precisa localizar-se o mais rápido possível, sob pena de passar a ser um estrangeiro em breve. Após 11 mudanças, sabemos como localizar-nos, mas às vezes, simplesmente, as coisas não vão como os nossos planos.

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Música Erudita – ou, Vem cá, deixa eu te apresentar uma amiga.

Quando se ouve falar em música erudita (ou, mais comumente, “clássica”), a reação mais comum das pessoas é fugir do assunto – e da música. Sempre me lembro de um episódio, há uns quatro ou cinco anos, quando eu soube não sei nem como (pois aqui no interiorzão de meu deus os espetáculos culturais são bem pouco divulgados) que haveria um concerto de uma certa Camerata Linense. Esse espetáculo teria lugar no Clube Linense, aonde eu nunca havia ido. Curiosa, quis ir e chamei uma amiga para me acompanhar. Sua resposta me marcou não sei por quê, já que eu, apesar de ter estudado música desde criança, também não sabia sequer o que era uma camerata: “não vou, não, porque não entendo nada disso”.

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