O primeiro Natal da Sara – Acreditar em Papai Noel?

Que vantagens há para uma criança acreditar em Papai Noel? Ela acredita em algo que não existe, cria fantasias a respeito de alguém que não as realiza, escreve cartas para alguém que não as lê, comporta-se para a avaliação de alguém que não a vê, espera ansiosamente pelo dia de alguém que não é dono de nenhum.

Vem pra mim, Natal!

Antes do Natal, o Casal Cuore teve uma discussão a respeito. A meu ver, a Sara não precisava acreditar em Papai Noel. Crianças são serezinhos tão dependentes de nós, eles acreditam exatamente naquilo em que as fizemos acreditar. Entre tantas coisas sobre cuja existência há disputa, por que a fazer acreditar num ser que evidentemente não existe?
Quando eu era criança, a cultura Papai Noel não era tão forte. Ou talvez não fosse porque eu morava no Rio Grande do Sul e, em São Paulo, sempre tenha sido. Pelo menos, eu não acreditava em Papai Noel – e me lembro, claramente, de ser do time dos que não acreditavam, em oposição àqueles que ainda esperavam o trenó passar. Parece que meus pais chegaram a contratar um Papai Noel em alguns Natais, mas eu chorei tanto num deles que desistiram. Isso sem falar no Papai Noel que deu um cano, mas já é outra história.

O Fernando, por outro lado, acha mágico acreditar na fantasia do Natal. Ele mesmo acreditou em Papai Noel na infância e até hoje alguém se veste de Papai Noel na sua família e alegra a noite dos priminhos. É claro que, não querendo estragar a fantasia, ninguém pergunta pros priminhos de 6, 7 anos se eles ainda acreditam em Papai Noel. Ou seja, é bem provável que todo mundo mantenha a sua posição por interesse pessoal – os pais, que querem que os filhos ainda sejam criança por muito tempo e que se beneficiam de uma figura a ser usada em períodos de birra (“o Papai Noel está vendo!”) e as crianças, que garantem os presentes de Natal (“será que tem presente se não tiver Papai Noel?”).


O Fernando também argumenta que a Sara, não acreditando em Papai Noel, será a estraga-prazeres da família. Mais ou menos na mesma idade dela, há a Antonella e o Enzo, que ainda está na barriga. A contar pelos irmãos deles, ambos acreditarão em Papai Noel. A Sara, mais velha de todos, não acreditando, invariavelmente ao menos dúvida irá plantar.

Entramos em conflito por conta disso, uns dois meses antes do Natal. Eu não arredava o pé em não compactuar em mais uma fantasia sem função da vida dela. Ele não arredava o pé em permitir que a sua filha desfrutasse de toda a magia do Natal. Um problema sem solução sem que alguém cedesse.

Até que eu me deparei com um artigo que dizia que não há perda em acreditar em Papai Noel. Que a criança acredita, desacreditando. Que, mesmo depois da cortina levantada, ela não se ressente daqueles que a fizeram acreditar nisso. Lendo isso, até me lembrei de que, quando criança, eu não era do time daqueles “bobos que acreditam em Papai Noel”. E que para ser do nosso grupo, uma das perguntas da sabatina era: “tu acreditas em Papai Noel?”. Ou seja, na mesma idade, tinha bastante gente acreditando, bastante gente já com os pés no real.

Segundo a psicóloga da escolinha que a Sara vai, acreditar em alguns seres simbólicos é importante para a criança entender certas emoções e acontecimentos. Isso também tem base num autor que eu já li muito, Joseph Campbell, para quem os mitos cumprem papel essencial no desenvolvimento da nossa psique.

Ok. Dou o braço a torcer. A senhora razão aqui deixa a Sara acreditar em Papai Noel.

Eu só quero é ser feliz!!! Ah, mamãe, deixa de bobagem...

E vocês, acreditavam em Papai Noel? Permitem (ou permitiriam) a mesma crença nos seus filhos?

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Um comentário sobre “O primeiro Natal da Sara – Acreditar em Papai Noel?

  1. Eba!! Que bom que você cedeu neste caso…rs
    Eu quero que meus filhos acreditem em Papai Noel. A criança tem o direito de viver no mundo de fantasias e se alegrar com isso!
    Deixa o mundo real para os adultos, eles vão chegar lá um dia, mas é tão bom ser criança…não precisa antecipar as coisas…rs
    Bjs

  2. Eu acreditava até os 7 anos, não sei como parei de acreditar. Ao mesmo tempo que acreditava era meio estranho acreditar em uma coisa que eu não via [nunca]…e então era como ele não existisse. É como um pai que não mora com você…chega uma hora que ele não vai mais te ver e você para de esperar.Então, chegou um natal em que eu não esperei mais papai noel, não coloquei mais cálice de vinho e nem noz.
    É muito provável que quando meu filho me perguntar se papai noel existe a resposta será: não sei, eu nunca vi. Aí se ele quiser acreditar ele acredita.
    É como acreditar em Deus, se ele quiser acredita.
    Meu filho nem existe e estou aqui falando dele, ele existe no meu imaginário, a fonte é a mesma de onde vinha o papai noel da minha infância.

  3. Adorei ter achado esse blog e participar dessa discussão. Quero compartilhar minha triste experiência. Minha filha sempre acreditou em papai Noel e nós a estimulávamos na fantasia. Esse ano, já com 9 anos, ela chegou em casa e nos colocou na parede. disse que coleguinhas falaram que quem dava os presentes eram os pais e que o Noel não existia. Minha filha é bem infantil, como deveríam ser todas as menininhas de 9 anos, mas algumas colegas dela já são mais maduras, mais mocinhas. Quando ela nos perguntou assim: “Mamãe, me diz a verdade, são vocês quem colocam os presentes de Natal no pinheiro? É verdade que o Papaio Noel não existe?”Pensei que havia chegado a hora, mas me equivoquei. Quis ser verdadeira com ela, mas causei uma decepção muito grande ao confirmar a inexistência do bom velhinho. Ela chorou muito e eu fiquei arrasada. Busquei opiniões de especialistas e hoje estou convencida de que a criança precisa descobrir isso sozinha, aos poucos. Acho importante a crença no Papai Noel, como na fada dos dentes, ou em duendes, mas tudo tem seu tempo certo de acabar. Quando não lembramos da data na qual deixamos de acreditar, é porque isso não aconteceu de uma hora para outra. Fomos descobrndo aos poucos. Bem, minha filha, estimulada por aquelas amigas que aindam acreditam, ainda mantém a fantasia, apesar da minha desastrosa revelação. Acho que ela quer acreditar e se apega a essa fantasia. Então, deixo aqui minha dica: nunca confirmem a inexistência do Papai Noel, gerem dúvidas, se for o caso, mas deixei que as crianças descubram por si só.

    1. oi, Elaine! que bom que vc gostou do blog.
      na verdade eu queria que a Sara não acreditasse em Papaoi Noel (nem em coelhinho, fada de dente, Deus, Jesus, Alá ou qualquer outra coisa que não existe), mas fui vencida pela magia do Natal.
      Esta semana achei uma música maravilhosa que retrata bem, o que eu penso a respeito, dá uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=vWQuDtxD2-c

  4. Papai Noel existe sim. É uma bela história como são os contos de fadas.
    Nos levam estes contos à um mundo de imaginação e belezas extraordinárias.
    Importante viver uma mundo que fortalece o imaginário.
    Muitos escritores famosos colocaram em livros estes sonhos e foram recompensados
    com milhares de leitores.
    Ahn, coelhinho da Páscoa, mula-sem-cabeça., saci pererê……
    Nossa, quando todos se juntam, daí sim…..

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