Nós iremos viajar em menos de 1 mês – não faz sentido dar presentes físicos. Este é o presente, da Sara e meu, ao pai maravilhoso que ela criou ao nascer.
A gente fala muito sobre maternidade, meio que se esquecendo do papel transformador que ser pai tem sobre o homem.
Quando o Fernando e eu juntamos os trapos – exatamente 1 mês e meio após começarmos a namorar – ele tinha viajado pouco, eu muito. Eu morava sozinha fazia 11 anos, ele com a família. Eu era um poço de explosão, ele uma montanha de calma. Foi um período bem interessante – e logo engatamos uma viagem atrás da outra.
Até que a Sara foi concebida numa viagem ao Peru.
Uma das primeiras coisas que mudou com ela foi a frequência de viagens. Ela, eu, ele, todos muito brancos, o pediatra só liberou a tão sonhada ida à praia com quase 1 ano. Se era para estrear, que fosse em Bombinhas, capital mundial em número de praias estonteantes.
Ser pai é viajar, mesmo para perto. É ter uma razão para visitar aquela cidade do lado da sua, em que você nunca foi. É interromper o entra-e-sai de museus e lojas numa pracinha, para curtir o Sol e um simples balanço.
Viajar com criança é entrar num universo mágico, cheio de portas e janelas para momentos incríveis. Contudo, assim como em casa, tem seus dias: paciência é o que mais se exerce enquanto se carrega a filha que não quer colocar o pé na areia em São Miguel dos Milagres.
Com o passar do tempo, nem importa mais se a viagem é para perto ou para longe. É simplesmente inquestionável viajar separado.
Ela já tem 4 anos. São 4 anos em que o Fernando se transformou do rapaz, que dizia que nunca veria o cocô da filha, no homem, que já fez viagem de carro de mais de 1000 km com ela.
Sozinho.
Ele passou por várias perdas na vida – e as perdas nos moldam, nos fazem aprender, nos condicionam e nos fortalecem. Contudo, acompanhando-o nesses últimos 6 anos, talvez nada mais o tenha mudado tão fortemente como esse ganho: a nossa filha.
Todos temos nossos dias – e o Fernando não veio para a Terra para ser beatificado ao sair. Porém, olhando para ele, vejo um pai amoroso, dedicado, esforçado. Vejo um pai que, com as limitações intrínsecas à sua condição humana, encara a vida e nem acha mais que viajar com essa pequenininha é um desafio.
Agora estamos aqui, aguardando chegar os dias da nossa maior aventura até o momento: uma viagem só de ida pela Ásia. Voltaremos – somente ainda não sabemos quando.
Quando ela foi proposta, sabe o que ele disse?
Vamos!
Assim, sem titubear.
Estamos embarcando numa grande viagem em família – e ele novamente será um pai em viagem.
Ser pai em viagem é caminhar ao lado do que se carrega no peito o tempo todo.
Parabéns, Papai Fernando: nós adoramos viajar ao teu lado!
Caramba. Que história linda. Boa sorte e muitos bons momentos nessa viajem.
Obrigada, Aline! Pode deixar que vamos manter a viagem bem relatada aqui no blog 🙂
Amei como de forma simples e de amor você narra o verdadeiro sentimento de ser PAI! !!! Sou mãe de dois filhos maravilhosos de 23 e 20 anos…. Meu marido é um pai maravilhoso no seu jeitinho! !!!
Feliz dia dos Pais todos os dias!!!!
Obrigada, Christina!
E esse é um pai com seu jeitinho também – muito tímido, ficou até nervoso com a homenagem 🙂
Parabens Fernando