PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE HUARAZ

Huaraz, na província de Ancash, é a capital latino americana do alpinismo, ponto de partida para o segundo pico mais alto do mundo das Américas – Huarascán.

Pois, para nós, ela foi também a capital latino americana dos picos nevados, estradas em precipícios tortuosos e pó. MUITO pó. Pensa em pó em qualquer lugar – nas ruas, no quarto, nas roupas, no cabelo, dentro dos ouvidos, nas engrenagens das câmeras, na comida, voando pelo ar ou sentadinho esperando que um carro passe e o levante. Muito pó por tudo. Se entranhando.

Paisagem citadina típica: mulheres carregando tudo nas costas, casas sem reboco ou mal pintadas, fiação elétrica para todos os lados, muvuca.

Já da estrada (aterrorizante), dava para ver os primeiros picos nevados à luz da lua. Não eram os meus primeiros (a primeira emoção foi escocesa), mas com certeza um momento crucial em uma viagem de 9 horas desde Lima. O Fernando ao lado, tremendo de frio pela febre, o ônibus de dois andares fazendo curvas a velocidades que me fariam gritar se não estivesse em outro país, e começam a aparecer, meio que querendo esquivar-se ao luar, algumas linhas mais claras num lugar que não poderia ser horizonte por estar muito alto. Os olhos apertam e de repente o cérebro processa que aquilo é uma montanha. Ah, sim, e sobre ela tem neve. Um bom momento na sua vida.

Passamos por uma série de povoados não mapeados no Lonely Planet, e a cada um eu esperava ansiosamente que fosse Huaraz – para que a viagem finalmente acabasse e eu pudesse tomar um banho. Nunca era. Depois fiquei sabendo que eram Catac, Recuay, Ollero… Só soube que era Huaraz quando uma propaganda política num muro me gritou “corazón huaracino”.

Máquina de lavar andina

Acho que foi nessa hora que eu quis desesperadamente estar enganada. Huaraz era uma cidade de barro – casas de adobe não pintadas, pequenas, pó, ruas estreitas, uma meia luz tentava deixar tudo meio romântico e só fazia mais desolador.

Alguém se aventura??? Versão rainproof do moto-táxi brasileiro

Foi bom ver meu nome escrito numa plaquinha branca em azul na estação da Movil, e então seguir para o hostel num táxi caindo aos pedaços. Mas entrar no hostel, subir três lances de escadas íngremes e chegar completamente ofegantes no quarto aos 3100m de altitude (+ uns 15m devido às escadas), não foi tão excitante assim. Menos ainda saber que, às 10h da noite, pouco ou nada estaria aberto próximo para comer. A cama estreita com lençol de gosto questionável também não ajudou.

Na estação da Movil, mas não era ele segurando a plaquinha!

É, a primeira impressão de Huaraz não foi muito boa, não. Ainda bem que as primeiras impressões podem ser mudadas :).

Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda peão

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4 comentários sobre “PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE HUARAZ

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