PARACAS – O MAR DESERTO

Após Huaraz, não havia mais uma peça de roupa limpa. Isso não é exagero não – na capital mundial do pó, nem meus pensamentos estavam livres da sujeira, até eles precisavam de uma lavanderia. O plano era passar o dia em Lima, lavar as roupas, comer em Barranco e caminhar por ali.

Cais em Paracas – nada como um anoitecer morno para encaminhar uma bela noite de sono…Claro, se não houvesse as Fiestas Pátrias. Que duram 2 dias. E que fecham todas as lavanderias. Chegamos justamente no segundo dia, sem chance alguma de lavar roupa.Sr. Pelicano

Mas o nosso hostel foi fantástico o suficiente para aceitar juntar com as suas roupas no dia seguinte todas as nossas e enviar para a sua lavanderia. Mais uma vez – LIVRES! Mas sem nenhuma roupa limpa (o Fernando, mais organizado, estava em melhor situação: ao menos tinha algumas cuecas bem limpas. Eu não podia dizer o mesmo).

Almoço/jantar – nada como comer à beira mar…

Resolvemos aproveitar o tempo livre e adiantar a nossa ida a Paracas. Sem mais nenhuma chance com a Cruz Del Sur, usamos a linha comum da Soyuz, também indicada pelo Daniel, nosso recepcionista no Flying Dog. Chegamos ao terminal bem na hora da saída, com uma mochila pequena, a máquina fotográfica, não muito dinheiro, chinelos e o netbook. O suficiente para dois dias de praia sem compromisso.

Papai, eu quero uma Vila em Paracas. EU QUERO!!!!

Fiestas Pátrias, não? METADE do Peru estava em Paracas, um balneário famoso no país. Todo mundo quer ver os pelicanos, sentir a mansa brisa à beira mar e fazer o passeio até as Islas Ballestas.  Os estrangeiros normalmente visitam as Islas pela manhã e a Reserva Nacional de Paracas à tarde e picam a mula. Pobres criaturas corredeiras.

Estação de coleta de guano nas Islas Ballestas.Guano, principal produto de exportação do Peru por anos. Essa cosina branca aí nas pedras. Isso mesmo… cocô de passarinho! Imagina o cheiro de toneladas disso ao seu redor!!!

Mas estávamos cansados e sedentos de calor e boa comida. Queríamos fazer, pelo menos nesta etapa, uma slow travel. Então o Fernando nos arrumou um excelente hotel próximo ao mar, nos registramos e saímos a reservar os passeios, calmamente alocados em dois dias diferentes.

Deserto sem fim - Reserva Nacional de Paracas

Paracas fica ao sul de Pisco, não mais de 20 min dividem as cidades, mas não poderiam ser mais diferentes. Pisco foi e continua devastada pelo terremoto de 2007. Pouco foi já reconstruído. Estava nublada e uma tristeza caminhava suavemente pelas calçadas. Paracas, ao contrário, estava lotada de gente, com o sol brilhando certeiro e o calor convidando para ficar. Após Huaraz, a escolha foi fácil.

Playa Roja na Reserva Nacional de Paracas – alguém se aventura??

Saímos do hotel de chinelos, faceiros, prontos para almoçar (às 5 da tarde). 3 Cuzqueñas, um chincharrón de mariscos e um arroz chaufa com mariscos depois, caminhamos com as barrigas cheias pela bela orla de Paracas, fotografando os barcos de pesca e o mundaréu de aves que habita essa península.

Paraglider humano
A antiga Catedral – que quebrou após o terremoto de 2007… mas continua linda (ao fundo, olha a onda batendo na rocha… olha, por favor… fiquei um tempão esperando para tirar esta foto 🙂 )

Havíamos achado as nossas férias de nós mesmos.

Um pouco de sol e calor para apaziguar um coração curioso… Nada como comer à beira mar!

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