O nosso tour começava na França e depois continuava pela Holanda. De fato, odiamos a Holanda. Por que será, né?
Será porque meu passaporte foi roubado lá?
Ou por que o Hotel em que ficamos era péssimo e as pessoas resolviam fazer festinhas na varanda no nosso quarto quando voltavam das suas próprias festinhas?
Ou por que eu fiquei mal com a comida de rua?
Só sei que foi um alívio chegar em solo alemão. Dá para ver isso na nossa alegria cantando na estação de metrô. Sério – tem alguém com menos noção do que a Tati e eu?
Deve ter: alguém que se apaixona umas mil vezes!
A viagem por Berlim foi toda impregnada por histórias da 2ª Guerra Mundial e a Guerra Fria – o grande foco da nossa passagem. Até o hotel onde ficamos – Ostel – ficava no antigo lado comunista e te levava a uma experiência única da República Democrática da Alemanha (DDR). Conseguimos um quarto individual super barato (30 euros para duas pessoas) em um apartamento bacana com mais outros 4 quartos, uma cozinha e o banheiro compartilhado mais limpo de toda a viagem.
É sério: nunca vi um banheiro mais limpo em toda a minha vida. Nem na minha casa! A fama de limpeza dos alemães é justificada.
Visitamos o Museu do Muro, que foi a introdução para o que viria pela frente. O museu fica próximo da zona morta – aquela região entre um muro e outro, onde muitas vezes as pessoas se jogavam dos edifícios tentando fugir da DDR. Ali também fica o maior pedaço remanescente do Muro.
É realmente tocante como as lembranças da Alemanha Nazista e do pós-guerra estão por toda parte: nos museus, que se abarrotaram de obras trazidas de outros países ocupados, nas Igrejas não restauradas. Nos pedaços de muro que viraram arte.
Um dos lugares mais impressionantes foi o Monumento ao Holocausto. Parece uma coisa simples olhando a foto, não? Mas você entra pelas ruas que os blocos formam e em breve se vê cercado por imensos blocos de concreto, cada um de um tamanho. Uma lembrança de que generalizar atitudes – dizendo que um povo as tem – é extremamente perigoso. E também de que as coisas mais sérias e perigosas às vezes começam bem pequenas: como a solicitação de que todos os cidadãos informem ao Estados a sua religião.
Impossível deixar o Monumento do mesmo jeito que se entrou.
Um dos dias tiramos para conhecer o Palácio Sanssouci, em Potsdam, que para mim concorre como um dos palácios mais lindos: pequeno, vibrante, extravagante e escandaloso. Até colhi uva nos parreirais das escadarias!
Neste dia, dona Tati e eu tivemos a nossa primeira briga relevante. Um trem errado, uma estação sem informação nenhum no meio do mato para voltarmos, muito cansaço e pouca paciência foram os nutrientes do escândalo. Na época, tudo parecia muito importante. Hoje, só fico pensando em como pudemos perder tanto tempo emburradas uma com a outra – e por que picuinhas brigamos com as pessoas ao nosso redor.
Via Hospitality Club, fizemos uma amiga em Hamburgo que foi nos visitar em Berlim – com ela, fomos ao Mercado de Pulgas do Muro.
São vantagens de deixar o script para trás e se divertir na vida real. Até um namorado boneco eu ganhei!
Entre todos, site que mais me impressionou foi o Topographie des Terrors, que foi quartel general da polícia secreta nazista (SS) e Sede da Segurança do Reich. A exposição, com fotos muito marcantes e um texto sobre os detalhes de como tudo começou – e como as restrições de liberdades individuais foram cruciais para o Holocausto – , é ao ar livre, nas antigas celas.
Para aliviar um pouco a carga, fizemos uma contagem dos presentinhos que compramos no Mercado.
Infelizmente (ou felizmente, sei lá), não tem vídeo para falar de Amsterdam, porque em Berlim perdemos o pen-drive com todos os vídeos da viagem até o momento. Hoje parece uma coisa boba, a gente sempre tem um back-up ou coloca na nuvem, mas em 2008 as coisas não era bem assim.
O que a gente fez enquanto a Tati lamentava a perda? Um vídeo, que virou comédia depois, óbvio!
Até hoje deve ter um alemão sacana vendo nossos vídeos sem entender nada.
Subindo à noite na TV Tower fizemos amizade com um casal carioca super fofo, e fomos as mais empolgadas do elevador. Acho que assustamos uns por lá!
A gente também foi ver o show da Amy Macdonald BEM antes de ela ficar famosa – e foi incrível! Mas não teve bis, acredita?
Quando deixamos Berlim, foi com muita tristeza no coração. Que cidade fantástica!
E, para variar, tinha gente sentada no nosso lindo assento marcado no trem.
Em Dresden, mais um amigo feito pelo Hospitality Club. Como estávamos indo para Praga, Dresden foi uma paradinha perfeita para passar o dia, mas tem atrações suficientes para ficar mais tempo.
A cidade parece de brinquedo – porque foi toda reconstruída após o bombardeio dos Aliados na 2º Guerra Mundial que a devastou. 2015 marcou os 70 anos do bombardeio que matou 25 mil pessoas já no final da Guerra.
A crueldade realmente não escolhe lados numa guerra.
Dresden foi a nossa porta de saída da Alemanha – e não poderia ser mais poética esta despedida, vendo o rio Elba seguindo mansamente o seu curso, numa lembrança de que os homens, as brigas, as guerras, os conflitos vão. O mundo fica.
A Alemanha foi, disparado, o país que mais nos surpreendeu. Não é à toa que agora estamos voltando para ficar um por tempo lá e explorar a terra dos meus antepassados.
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Um comentário sobre “TOUR PELA EUROPA COM A AMIGA – ETAPA ALEMANHA EM VÍDEOS”